17 de jul. de 2012

A PESSOA POR TRÁS DO DIAGNÓSTICO


"Em minha opinião, o diagnóstico tem nos servido muito mais pra estigmatizar e menos para ajudar. "
                                        Marcos Alberto da Silva Pinto


É improvável que alguém tenha condições de precisar há quanto tempo o diagnóstico é utilizado como forma de ajuda no campo da psiquiatria e da psicologia.

É importante verificarmos o sentido original da palavra diagnóstico (gnossis= conhecimento; dia=através), ou seja, conhecer o outro através. Conhecer o outro inteiro, por trás da fachada, em seus sentimentos e sentidos.
Em minha opinião, infelizmente, o que vemos hoje como diagnóstico é algo completamente oposto a esta concepção.

Em um de seus livros, Carl Rogers menciona o seu medo em escrever algo que seja controverso, e que ao escrever, fazia isto como se fosse apenas para ele próprio ler, pois se escrevesse pensando que outros o leriam, provavelmente mediria as suas palavras e não seria inteiro e autêntico em suas idéias.
É com este espírito que eu desejo me posicionar acerca do tema mesmo tendo claro que esta é uma visão muito pessoal e diferente da grande maioria.
Quando eu era criança, me lembro que adorava bife de fígado, até o dia em que descobri o que era um fígado. Perdi a fome, o desejo e o interesse no tal bife. Ainda que me contem o quanto ele é necessário e faz bem a saúde, simplesmente não o como.
Já não me importa mais nem o seu gosto, se há grande quantidade de ferro, etc. Assim funciona o rótulo.
Durante a minha vida profissional, tenho acompanhado em meu consultório, pessoas que chegam já devidamente diagnosticadas tanto por colegas quanto por outros profissionais de saúde.
Muitos chegam por sua própria conta buscando o seu diagnóstico.
Em minha opinião, o diagnóstico tem nos servido muito mais pra estigmatizar e menos para ajudar.